Quando as
crianças brincam livremente o papel da educadora é observar, interpretar e
recolher informações essenciais a respeito das mesmas, relacionadas com a
formação pessoal e social (identidade, autonomia, relação com os outros,
comportamentos e atitudes) expressão e conhecimento do mundo que o rodeia.
Depois de
observar e recolher informação, sem intervir, chega o momento em que é
necessário perceber como enriquecer o desenrolar da brincadeira e a educadora
passa a ter um papel ativo, funcionando como mediadora das relações e das situações surgidas sem que
esta intervenção ponha em risco o desenrolar da brincadeira.
Foi assim que
surgiu este “projeto – o Casamento” de duas crianças da sala e que foi
aproveitado, através da grande motivação de todos, para trabalhar todas as
áreas e domínios:
-Formação pessoal e social – é trabalhado os afetos8projeto do
Agrupamento), a família, as relações com o outro, a auto estima; Área de expressão e comunicação- as
crianças conversam sobre o que pretendem fazer, representam graficamente o que
querem fazer e como vão fazer; tentam representar graficamente os diferentes
momentos de preparação, fazem tentativas de escrita (nos convites, nos quadros
da tarefas…); No Domínio da matemática
– contam os convites, as lembranças dos convidados, dividem, estabelecem
relações numéricas; Na Expressão musical- escolhem as musicas
e fazem acompanhamento instrumental; Expressão
plástica – pintam convites, lembranças, confecionam flores, desenvolvem o
sentido estético e a criatividade(projeto da sala), Expressão motora- desenvolvem destrezas e a motricidade fina quando
recortam, pintam, cozem; Ciências – Fazem experiências com cores, com flores,
observam as transformações, registam; Conhecimento
do Mundo- localizam-se no tempo e no espaço; observam e reconhecem
diferentes culturas e diferentes
famílias; Expressão dramática – criam novas situações de comunicação, novos
”papeis”, desenvolvem a imaginação e a linguagem verbal e não verbal
Quando a
criança cria situações imaginárias em que se comporta como se agisse no mundo
do adulto ela tenta compreender o mundo a partir das suas representações. Elas
adotam diversos papeis e recriam determinadas situações, experimentam
sentimentos de alegria, mágoa…mas têm consciência que não é real, que é a “
fazer de conta”, que tudo não passa duma brincadeira estando assim a testar
ideias e conceitos de forma a compreende-lo.
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“Ninguém nasce feito, é
experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos”– Paulo Freire